sábado, 3 de outubro de 2015

"UMS de Sentinela do Imbé é alvo de fiscalização do MPF!"

                  Agentes encontraram diversas irregularidades.
                  Agentes do Ministério Público Federal (MPF), realizaram na manhã da quarta-feira (12/08/2015), mais uma inspeção em unidades de saúde da região. Desta vez a visita foi na Unidade Médica de Saúde (UMS) da localidade de Sentinela do Imbé, na região serrana de Campos.
Quatro agentes de inspeção chegaram à Unidade por volta das 10h30 e foram recebidos por uma auxiliar administrativa, já que o administrador não se encontrava no local.
                  De posse de uma lista com os quesitos obrigatórios a serem cumpridos, o primeiro item notado foi a ausência de listagem de médicos fixada em local visível, o que apesar de ser obrigatório, segundo a auxiliar administrativa, nunca houve no local.
                  A auxiliar que conduziu os agentes do MPF durante a inspeção contou que três médicos e cinco dentistas se revezam na unidade que realiza somente atendimentos ambulatoriais, um clínico geral que atende às terças-feiras, um pediatra que atende às quartas e, nesta já tinha saído após atendimentos, e um ginecologista que atende às sextas e está em férias, sem substituto durante o período.
                  Ainda segundo a funcionária, o pediatra e o ginecologista realizam de 10 a 15 atendimentos diários, o clínico, cerca de 25 e cada dentista, cerca de oito atendimentos por dia. A estimativa total resultaria em cerca de 400 atendimentos/mês.
                  Das folhas de ponto dos médicos, uma estava preenchida e duas em branco, uma do ginecologista em férias e outra de especialização ainda a confirmar pelos agentes do MPF.
                  Dos cinco dentistas, que deveriam se revezar em atendimentos diários, de segunda a sexta, até as 17h, um que atende às segundas, está em férias e outro, que atende às sextas, em licença médica, ambos sem substituto.
                  Todos os dentistas atendem sem Auxiliar de Saúde Bucal (ASB) e dentro dos consultórios, os instrumentos são esterilizados em estufas e sem autoclaves.
A unidade não conta com farmacêutico. A função é executada pela própria auxiliar administrativa que revelou aos agentes não ter curso para tal, mas que passou por uma especialização oferecida pela Secretaria de Saúde do Município.
                  Ao analisar o acondicionamento do lixo da unidade, os agentes perceberam que o material comum é corretamente descartado em sacos pretos, enquanto o hospitalar era dispensado em sacos brancos, no entanto o mesmo não é separado em local isolado e fechado, fora do risco de contato com pacientes, principalmente crianças, que porventura acessarem a parte dos fundos da unidade.
Na farmácia os medicamentos são acondicionados em local fechado, com diversas infiltrações e sem ar-condicionado. Segundo os agentes todo medicamento deve ser mantido a uma temperatura mínima de 25°.
                  Ao inspecionar os extintores de incêndio, descobriu-se que existem três, um no refeitório, um na cozinha e outro no consultório dentário, todos com a validade vencida desde 2013.
                  Em frente à unidade, algumas manilhas chamaram a atenção dos agentes. Ao indagarem se o local tinha obras previstas, a funcionária disse que as mesmas tinham sido iniciadas, mas paralisadas. Ela não soube precisar a quanto tempo, mas afirmou que não chegaria a um ano.
                  Ao ser perguntada sobre qual empresa seria responsável pela obra, a funcionária afirmou que desde que foi iniciada, funcionários de empresas diferentes passaram pelo local. Sempre diziam que o trabalho seria reiniciado, no entanto, no outro dia não retornavam.
                  Ao lado da unidade, os agentes descobriram um cômodo ainda sem reboco, com janelas fechadas e portas com corrente e cadeado. Ao perguntarem sobre do que se tratava, a funcionária disse que os funcionários de uma empresa responsável pela obra teriam construído e que somente eles utilizavam.
                  Pela fresta da porta, os agentes visualizaram e fotografaram uma placa de obra com campo de atuação previsto para 10 empregados e orçada em R$ 92.062,90.
                  Mesmo com todos os problemas estruturais, para Adriana Nunes Flor, de 29 anos, o atendimento é bom. Segundo ela, que é nascida e criada em Caxeta e tem uma filha de 13 anos e um filho de três, todas as vezes que buscou a unidade foi atendida.
                  A unidade mais próxima de sua casa seria a de Pernambuca, mas segundo ela, lá apesar de ter mais ônibus disponíveis e ser mais acessível, as consultas são constantemente remarcadas por falta de médicos.
                “Fiquei três semanas para conseguir médico para meu filho. Eu ia no dia da consulta e a médica não ia, remarcava para outra semana, eu voltava e a médica não ia. Desisti e vim para cá. Aqui eu marco e sempre encontro o médico para consulta”, revelou a dona de casa.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

                     A Secretaria de Saúde já realizou todos os trâmites administrativos para aquisição de novos extintores de incêndio. O Ministério da Saúde não exige que haja um farmacêutico em cada unidade de saúde. A dispensação de medicamentos acontece em unidades-polo espalhadas por todo município. Além disso, agentes comunitários de saúde levam medicamentos nas casas de pacientes cadastrados de diversas localidades e distritos.
                    A Prefeitura realizou concurso público para preenchimento de vagas em diversas áreas, incluindo Auxiliares de Saúde Bucal (ASB). O atendimento médico nas unidades acontece de forma ambulatorial, com hora marcada. Nenhum paciente fica sem atendimento. O atendimento de urgência acontece na rede 24 horas. Além disso, a Secretaria de Saúde implantou, desde o ano passado, 26 Unidades Básicas de Saúde da Família que contam com médico generalista, em tempo integral. A implantação está acontecendo em todo município de forma gradativa.
                   Quanto ao médico e ao dentista, a Prefeitura não encontrou profissionais disponíveis para fazer a substituição dos servidores em tempo hábil, mas os pacientes são encaminhados para unidades próximas e não ficam sem assistência. Houve um aumento significativo de produção de consultas, saltando de 370 mil em 2008 para 912 mil nos últimos 5 anos.
                   A Secretaria de Saúde reformou dezenas de unidades e outras estão passando por obras de reforma e ampliação, que estão bem adiantas, porém ainda não concluídas. Demandas como acessibilidade e reparos em esgoto, na parte elétrica e hidráulica já haviam sido identificadas no levantamento da Secretaria e estão incluídas no projeto de reforma.
O processo licitatório para a aquisição de novos equipamentos odontológicos e materiais de insumo de odontologia já foi realizado e publicado em Diário Oficial. Os pacientes não estão desassistidos e estão sendo encaminhados para UBS próximas.


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