A
votação para eleição dos indicados por líderes partidários para integrar a
comissão especial que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi
adiada da noite desta segunda-feira (07/12/2015), para a tarde desta terça-feira, 8/12/15.
A decisão foi anunciada pelo presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em reunião com líderes partidários nesta tarde.
O adiamento se deu porque a oposição e a ala antigoverno
do PMDB resolveram lançar uma chapa independente, com viés contrário à
presidente Dilma.
A insatisfação com a chapa original se deve às indicações
feitas pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que escolheu
majoritariamente nomes contrários ao impeachment.
Cada chapa precisa ter, no mínimo, 33 integrantes. Se a
chapa vencedora não tiver 65 membros, novas indicações são feitas para
preencher as vagas remanescentes.
Estes nomes retardatários são submetidos a outra votação,
o que deve atrasar ainda mais a instalação da comissão.
O prazo para indicações de representantes, que já havia
sido adiado das 14h para as 18h de hoje, foi novamente postergado, agora para
as 14h de terça-feira.
Caso a sessão comece logo em seguida, inviabiliza a
sessão do Conselho de Ética, marcada também para as 14h, para votação do
parecer pela continuidade do processo contra Cunha.
A decisão de aceitar uma nova chapa e adiar a votação
irritou líderes governistas. A reunião na presidência da Câmara ficou tensa e
os líderes do PT, Sibá Machado (AC), e do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), elevaram
a voz.
Machado deixou a reunião transtornado. “Isso arrebenta
com qualquer possibilidade de relação aqui dentro. É inaceitável. Não é mínimo
do campo democrático. O processo já começa super contaminado. Acho que tem o
dedo dos tucanos para criar problema”, afirmou Sibá Machado.
“Tem uma guerra e vamos para ela do jeito que ela vier”,
disse o líder do PT.